A roda gira e o lugar de onde você vê o mundo não é mais o mesmo
O círculo não tem início e nem fim. É o símbolo do que está em constante movimento, eterna mudança. Na roda gigante todos olham o mundo com a ingenuidade de uma criança. Riem a cada volta e se deliciam com a visão panorâmica até a vista perder-se no horizonte...Na roda gigante todos se entregam ao sonho do mundo e emprestam ao mundo o sonho de cada um. Nessa paisagem imaginária a vida é pura invenção.
O Visões Periféricas 2009 gira nessa roda gigante da vida, reunindo mais uma vez sonhos de diversos cantos do país e do mundo. Durante seis dias, cria um espaço de deslumbramento com a diversidade de imagens, vozes, cores, sotaques e culturas materializados em dezenas de filmes das cinco regiões do Brasil e de outras nacionalidades. Neste ano, o festival ultrapassa as suas fronteiras, convidando os nossos irmãos ibero-americanos a formar uma grande rede audiovisual. Além dos filmes nacionais de oficinas de formação, incluídos na Mostra Visorama, serão exibidos filmes dessa região feitos por jovens realizadores de 05 a 25 anos em uma parceria com a Fundación Kine, Argentina.
E por falar em ultrapassar fronteiras, o Visões Periféricas inova ao criar duas mostras dedicadas a misturar e integrar realizadores de qualquer lugar do país, independente de classe, credo ou cor. São as Fronteiras Imaginárias e Tamojuntoemisturado. Esta última composta por filmes feitos com celulares, máquinas fotográficas e webcams, essas pequenas filmadoras que vem democratizando o acesso a produção audiovisual e contribuindo para renovar a linguagem e relativizar a velha noção de centro e periferia. Seus filmes, de até 03 minutos, estão disponíveis para votação on-line do público.
Outra novidade do festival é a realização das oficinas “Imaginário Digital”, dedicadas a explorar junto com os seus participantes as possibilidades que as novas tecnologias de comunicação oferecem para ampliar os horizontes do audiovisual.
Em parceria com o Fórum de Experiências Populares em Audiovisual (FEPA-Brasil) o festival, além de ser um espaço para a exibição, também preocupa-se em refletir sobre essa produção periférica, a maior parte feita em contextos de educação audiovisual. Por isso, o Visões Periféricas abriga o “Deseducando o olhar - Seminário Nacional de Educação Popular em Audiovisual”. Palestrantes de diversas partes do país irão falar sobre a sua experiência na área.
Ser periférico é cada vez menos uma condição social, geográfica ou econômica e cada vez mais uma atitude criativa e curiosa diante da vida. É comunicar-se com pessoas que estão do outro lado do mundo, mostrando ao mundo um pedaço do seu. Entender a complexidade do ser humano e abraçá-lo em toda a sua força e fragilidade é essencial para nos sentirmos cada vez mais cidadãos planetários.